terça-feira, 22 de julho de 2008

Faça tudo, mesmo assim.

Mesmo Assim

Vivemos um momento na face da Terra que, por vezes, parece que todos os valores morais estão em baixa.

E você, que está buscando construir suas mais nobres virtudes, em muitos momentos se sente enfraquecido pelo próprio mundo à sua volta.

Quando age com honestidade, comentam que você é tolo, que está remando contra a maré, em vez de fazer o que todo mundo faz. Mas se você quer ser grande perante sua consciência, seja honesto mesmo assim.

Se procura balizar seus atos na justiça, ouve que essa atitude é a de um alienado, vivendo num mundo em que vence sempre o mais forte. No entanto, seja justo mesmo assim.

Se está construindo um lar apoiado nas colunas sólidas da fidelidade, é comum ouvir gargalhadas insanas ou comentários maldosos a respeito do seu comportamento. Seja fiel mesmo assim.

Quando seu coração se compadece, diante dos infelizes de toda sorte, não falta a zombaria daqueles que pensam que cada um deve pensar em si próprio, ignorando os sofrimentos dos irmãos de caminhada. Tenha compaixão mesmo assim.

Se você dedica algumas horas do seu dia, voluntariamente, em favor de alguém, rico ou pobre, que precisa da sua atenção e do seu carinho, percebe as investidas da maldade daqueles que pensam que nos seus atos há uma segunda intenção. Seja fraterno e solidário mesmo assim.

Quando você age com sinceridade, com lealdade, é comum ser taxado de insensato, fugindo do comum em que muitos usam de subterfúgios mesquinhos para conseguir o que desejam. Seja sincero e leal mesmo assim.

Se, diante das circunstâncias do dia-a-dia, você revela sua fé em Deus e em Suas soberanas Leis, e é chamado de piegas ou crédulo, mantenha sua fé mesmo assim.

Se em face de tantos desatinos no campo da sensualidade e na falta de decoro que assola grande parte dos seres, você deseja manter-se íntegro e recatado e é chamado de louco mantenha-se íntegro e recatado mesmo assim.

Quando aqueles que se julgam acima do bem e do mal tentam apagar a chama da esperança que você acalenta no íntimo, afirmando que a esperança é a ilusão da mediocridade, mantenha a esperança mesmo assim.

E, por fim, mesmo que alguém tente roubar a sua coragem de continuar lutando e acreditando em dias melhores, mantenha sua coragem e continue acreditando mesmo assim.

Ao findar sua jornada terrestre, e só então, você poderá contemplar a ficha de avaliação do seu desempenho. Somente você será responsabilizado por seus atos. E tenha a certeza de que todos aqueles que tentaram desviá-lo do caminho reto não estarão lá para lhe dar apoio...

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Madre Teresa de Calcutá, dentre tantos conselhos preciosos que legou à humanidade, deixou um conselho especial para aqueles que desejam construir na intimidade as mais nobres virtudes, dizendo:

"Muitas pessoas são irracionais, ilógicas e egocêntricas. Ame-as, mesmo assim."

"Se você tem sucesso em suas boas realizações, ganhará falsos amigos e verdadeiros inimigos. Tenha sucesso, mesmo assim."

"O bem que você faz será esquecido amanhã. Faça o bem, mesmo assim."

"A honestidade e a franqueza o tornam vulnerável. Seja honesto, mesmo assim."

"Aquilo que você levou anos para construir, pode ser destruído de um dia para o outro. Construa, mesmo assim."

"Os pobres têm verdadeiramente necessidade de ajuda, mas alguns deles podem atacá-lo se você os ajudar. Ajude-os, mesmo assim."

"Se você der ao mundo e aos outros o melhor de si mesmo, você corre o risco de se machucar. Dê o que você tem de melhor, mesmo assim."

Equipe de Redação do Momento Espírita.

domingo, 20 de julho de 2008

Evolução no relacionamento

ATRITOS
Roberto Crema

"Ninguém muda ninguém;
ninguém muda sozinho;
nós mudamos nos encontros.

Simples, mas profundo, preciso.
É nos relacionamentos que nos transformamos.
Somos transformados a partir dos encontros,
desde que estejamos abertos e livres para sermos impactados
pela idéia e sentimento do outro.

Você já viu a diferença que há entre as pedras
que estão na nascente de um rio,
e as pedras que estão em sua foz?

As pedras na nascente são toscas,
pontiagudas, cheias de arestas.

À medida que elas vão sendo carregadas
pelo rio sofrendo a ação da água
e se atritando com as outras pedras,
ao longo de muitos anos,
elas vão sendo polidas, desbastadas.

Assim também agem nossos contatos humanos.
Sem eles, a vida seria monótona, árida.
A observação mais importante é constatar
que não existem sentimentos, bons ou ruins,
sem a existência do outro, sem o seu contato.
Passar pela vida sem se permitir
um relacionamento próximo com o outro,
é não crescer, não evoluir, não se transformar.

É começar e terminar a existência
com uma forma tosca, pontiaguda, amorfa.
Quando olho para trás,
vejo que hoje carrego em meu ser
várias marcas de pessoas
extremamente importantes.

Pessoas que, no contato com elas,
me permitiram ir dando forma ao que sou,
eliminando arestas,
transformando-me em alguém melhor,
mais suave, mais harmônico, mais integrado.
Outras, sem dúvidas,
com suas ações e palavras
me criaram novas arestas,
que precisaram ser desbastadas

Os seres de grande valor,
percebem que ao final da vida,
foram perdendo todos os excessos
que formavam suas arestas,
se aproximando cada vez mais de sua essência,
e ficando cada vez menores, menores, menores...

Quando finalmente aceitamos
que somos pequenos, ínfimos,
dada a compreensão da existência
e importância do outro,
e principalmente da grandeza de Deus,
é que finalmente nos tornamos grandes em valor.

Já viu o tamanho do diamante polido, lapidado?
Sabemos quanto se tira
de excesso para chegar ao seu âmago.

É lá que está o verdadeiro valor...
Pois, Deus fez a cada um de nós
com um âmago bem forte
e muito parecido com o diamante bruto,
constituído de muitos elementos,
mas essencialmente de amor.
Deus deu a cada um de nós essa capacidade,
a de amar...
Mas temos que aprender como.

Para chegarmos a esse âmago,
temos que nos permitir,
através dos relacionamentos,
ir desbastando todos os excessos
que nos impedem de usá-lo,
de fazê-lo brilhar

Por muito tempo em minha vida acreditei
que amar significava evitar sentimentos ruins.
Não entendia que ferir e ser ferido,
ter e provocar raiva,
ignorar e ser ignorado
faz parte da construção do aprendizado do amor.

Não compreendia que se aprende a amar
sentindo todos esses sentimentos contraditórios e...
os superando.
Ora, esse sentimentos simplesmente
não ocorrem se não houver envolvimento...

E envolvimento gera atrito.
Minha palavra final: ATRITE-SE!

Não existe outra forma de descobrir o amor.
E sem ele a vida não tem significado. "

sábado, 12 de julho de 2008

Reencarnação

"Reencarnação: chave para a compreensão da nossa existência aqui na Terra.

Vem do latim, do prefixo RE (de novo), mais o prefixo IN (movimento para dentro),mais os substantivos CARNE (carne) e ACTIONE (ação), significando “ação de tornar a tomar uma carne” (ou um corpo humano); trata-se, portanto, de um novo corpo físico, diferente do anterior.
Os povos antigos já conheciam a reencarnação, seja sob o nome de “palingênese” – do grego PALIS (de novo) e GÊ- NESIS (nascimento) – “transmigração da alma”, ou simplesmente “renascimento”.

É, portanto, crença antiqüíssima, existente praticamente desde o surgimento do ser humano, principalmente nas filosofias religiosas orientais: ninguém duvidava dela. Por exemplo, o filósofo egípcio Plotino (aproximadamente 205/270) já se referia seguidamente à “Alma viajora”...
Inclusive, o Cristianismo de então aceitava-a como realidade irrefutável, até o ano de 553, quando, no 2o Concílio de Constantinopla, ela foi banida por motivos pessoais e políticos, condenando-se, desse modo, os próprios ensinos de Jesus, que várias vezes se referiu a ela, como na afirmação aos apóstolos de que João Batista fora Elias, em conversa com Nicodemos.
A reencarnação é, sem dúvida, mais uma prova da misericórdia de Deus, nosso amoroso Pai, e de sua infinita justiça (não fosse Ele “soberanamente justo e bom...” – “O Livro dos Espíritos”, pergunta 13).Ela faculta que nós, Seus filhos, resgatemos os erros cometidos no pretérito,
através do aprendizado e do trabalho em novas existências, usando novos corpos somáticos – “uniformes de serviço na Terra” – para, pouco a pouco, seguindo o Cristo, aprendermos a vivenciar o amor.

A reencarnação é instrumento pedagógico para o espírito, indispensável, pois, à sua evolução, até que alcance patamar moral superior. Nossos irmãos de Humanidade (com todo o respeito que temos por eles e suas opiniões) que não aceitam a idéia da reencarnação, não conseguem, de forma que atenda à nossa racionalidade, explicar o motivo dos nossos sofrimentos e das diferenças entre nós (físicas, sociais, intelectuais, morais, etc.)... Não obtêm respostas
lógicas às grandes questões que angustiam o ser humano ao longo dos tempos: O que sou? De onde vim? Por que e para que estou aqui? Qual será meu futuro? E, sem notar, esses irmãos estão qualificando o Pai de absurdamente injusto e cruel...

A reencarnação, chamada poeticamente na Índia de “Roda de Sansara”, promove a progressão do espírito, até o momento em que ele não mais dela necessite para sua contínua evolução.
Ela iguala os homens (espíritos encarnados), e impõe a verdade da responsabilidade individual na construção de seu futuro... Responsabilidade essa que não pode ser anulada por dogmas ou cerimônias materiais de qualquer tipo. Relembremos a assertiva de Léon Denis: “O homem
é arquiteto de seu destino!” Atualmente, a reencarnação saiu da esfera da filosofia e da religião, invadindo decididamente a área da ciência, a qual cada vez mais a comprova, não somente
por meio de pesquisas e experiências que a ratificam na TVP (Terapia de Vidas Passadas) e em estudos sobre crianças que conscientemente recordam sua última encarnação, ou que revelam conhecimentos prodigiosos em todos os setores da vida humana – totalmente excepcionais para
sua idade cronológica – e que aí estão, levando os incrédulos a pensar a respeito e renovar conceitos... Cientistas e pesquisadores de renome, como o médico americano Brian L. Weiss
(“Muitas vidas, muitos mestres”) e tantos outros, definitivamente romperam o tabu existente, comprovando inelutavelmente a reencarnação.

Em novembro de 2006, a Federação Espírita Brasileira relançou, em DVD, o filme “Minha vida em outra vida”, que relata o fato verídico da inglesa Jenny Cockell, projetista de brinquedos eletrônicos, casada, com dois filhos, que se lembrava de sua vida anterior, na Irlanda, onde desencarnara deixando seis filhos. Após muitos obstáculos, consegue reencontrar esses
seus filhos (menos um, que já desencarnara) e reuni-los, todos eles bem mais velhos do que ela na atual existência!

O benfeitor Emmanuel, no livro do mesmo nome, psicografia de Chico Xavier, afirma-nos: “Cada encarnação é como se fora um atalho na estrada da ascensão”. Assim, vivenciemos bem essa bendita oportunidade de progresso, utilizando esse valioso “talento” para a nossa regeneração,
construindo um novo recomeço, acertando o passo a caminho da luz."

Fonte: Boletim SEI - JUN/2008

Viver e Conviver

"Estamos no mundo para aprender a viver e conviver conforme as Leis Divinas. Trata-se realmente de uma aprendizagem pois dispomos de liberdade, não nascendo programados para agir desta ou daquela maneira, embora contando sempre com a ajuda de esclarecidos orientadores e com a natural inclinação para o bem, decorrente de nossa origem divina, que faz com que todos gostem de ter saúde, mesmo quando não saibam preservá-la, e de receber tratamento fraterno, ainda que sejam egoístas ou agressivos. Nada de errado, assim, nessa situação em que se articulam livre-arbítrio e responsabilidade, educação e progresso.

As dificuldades naturais – dada a nossa relativa imaturidade espiritual – que enfrentamos
na utilização do corpo, que dão margem a excessos e vícios, e no relacionamento social, ainda tão marcado pelo orgulho e pela ambição, fizeram com que alguns religiosos, de forma simplista, vissem o “mal” em tais experiências, considerando- as perigosas para nossos interesses
espirituais e preconizando abstinências e macerações bem como o isolamento e a contemplação como formas de garantirmos contra quedas e ilusões. Não se percebia o equívoco de tentar solucionar um problema agindo sobre os efeitos e não sobre as causas (proibição ao invés de utilização correta), nem o paradoxo de situar a origem do mal em processos naturais
estabelecidos pelo Criador. Até mesmo o bem-estar, necessário ao trabalho e ao aproveitamento da existência, foi visto como aliado do erro, devendo ser combatido com cilícios (roupas grosseiras e apertadas, contendo, por vezes, fios de arame farpado, destinadas a incomodar e ferir seus usuários) e posturas desconfortáveis.

A Doutrina Espírita adotou sempre uma posição de equilíbrio, mostrando que devemos viver no corpo e não para ele, e na sociedade, sem abrirmos mão de nossa consciência. Ou seja, cuidar do corpo, que nos possibilita as experiências da vida na Terra, preservando suas condições de
utilização pelo maior tempo possível, e agir como membros da comunidade a que pertencemos, respeitando suas normas e convenções sem, contudo, sujeitar-nos a modismos ou adotarmos práticas socialmente admitidas mas inaceitáveis à luz do bem. Essa proposta, que associa participação e discernimento, decorre, e se harmoniza, perfeitamente com o quadro coerente
da vida e do Universo, trazido pela Doutrina Espírita, que é de fato o Consolador prometido por Jesus, capaz de atender às expectativas modernas de racionalidade e objetividade na abordagem das questões fundamentais de nossa existência.

Como afirmou um orientador espiritual: “A perfeição está toda, como disse o Cristo, na prática da caridade absoluta; mas, os deveres da caridade alcançam todas as posições sociais, desde o menor até o maior. Nenhuma caridade teria a praticar o homem que vivesse insulado. Unicamente no contato com os seus semelhantes, nas lutas mais árduas é que ele encontra ensejo
de praticá-la. Aquele, pois, que se isola priva-se voluntariamente do mais poderoso meio de aperfeiçoar-se; não tendo de pensar senão em si, sua vida é a de um egoísta”.

“O Evangelho segundo o Espiritismo” (capítulo 17, itens 10 e 11).

Fonte: Boletim SEI JUN/2008